quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Nem tudo dá certo sempre

Eu acho que nós não aprendemos a lidar com frustração. Por que será, né? Será que precisávamos não suportar a frustração para continuarmos como espécie? Porque não conheço uma pessoa que fique realmente tranquila quando o que planejara não deu certo.
E aqui em casa é assim também. Os meninos ficam muito chateados quando são frustrados, eu tenho de agir com autoridade e fico frustrada também, por não estar conseguindo agir de outra forma… E hoje mais uma frustração: eu iria conhecer o grupo de unschooller na praia, lembram? Mas ontem precisamos ir ao médico, pois a Anna machucou a perna na terça, ao escorregar do super-escorregador.
Voltando da Odisseia hospitalar. Ô, dó!
Desenhar no gesso é preciso!
Dodói? Que dodói?
Fiquei chateada, claro, pois queria conhecer outras famílias que pensam um pouco como eu. Além de fazer um passeio legal com os meninos. Vai ficar para depois… Mas o mais "chateante" (rs) foi a Anna ter se ferido, claro! Nenhuma mãe gosta de saber que seu pimpolho ou sua pimpolha se feriu.
Daqui a duas semanas a Anna tira o gesso e poderemos fazer um monte de passeios novamente.
Esse acidente serviu para eu admirá-la ainda mais e também conhecer o sistema de saúde aqui da Nova Zelândia.
Senta que lá vem a história de como tudo aconteceu…
Na terça nós fomos levar o passaporte da Anna na embaixada, para renovar e poder dar entrada nos papéis da extensão do visto. Na volta viemos pelo Waterfront e conhecemos um super-escorregador maneiro de uns 4 metros de altura. Eu demorei para criar coragem de levar a Anna até lá em cima e, quando criei, coloquei ela no meu colo e segurei as suas mãozinhas. Mas não segurei as pernas e a perna esquerda foi para o lado, o tênis freou e nós fomos e a perna ficou. Na hora era chorou muito, sentida. Tirei o tênis, puxei o pé devagarinho e fez um "crec". Ela mamou e dormiu. Fiquei olhando para ver se inchava e inchou um pouquinho só.
Fomos para casa, ela não conseguia pôr o pé no chão e achei super normal, afinal, poderia estar realmente doendo. Achei que tivesse torcido o tornozelo, pois ela mexia os dedinhos normalmente.
Na quarta ela também não quis pôr o pé no chão para andar, mas ficava de pé com apoio e engatinhava. Brincou com os meninos, foi no balanço… Vida quase normal.
Entretanto, na noite de quarta para quinta ela acordava de meia em meia hora, chorando e pondo a mão no pé "dodói". Ali tive certeza de que era melhor dar uma olhada com um especialista.
Fomos ao médico. Eu, morrendo de medo de não conseguir explicar, de não saber como o sistema de saúde funcionava, enfim… inúmeras dúvidas e receios.
Chegamos na parte de não-urgência e a moça nos mandou para a urgência. De lá, fomos mandados para uma clínica de atendimento urgente em outra unidade, a uns 15 minutos de caminhada. Esperamos uma meia hora para sermos atendidos, o médico foi gentil, mas não conseguiu examiná-la, pois ela puxava a perninha e chorava um monte. Ele ouviu a história, fez umas perguntas e encaminhou-a para o raio-X. Esperamos mais um tanto, paguei NZ$25 e fizemos o exame. Mais espera para o médico nos chamar para dar o resultado do exame e, surpresa!, o osso da perna da Anna estava com uma marca perpendicular de fora a fora, uma "quase" rachadura. Fiquei chocada! Aí o médico explicou que nessa idade esse tipo de fratura não dói muito, pois os ossos não são tão duros e tudo o mais. Pensei: nossa, como a Anna é forçuda!! rs
Dali fomos comer, pois já era quase 3 da tarde. Meninos cansados, eu, idem. Fomos ao Mc Donalds (por favor, sem discussões, pois nessa hora se me pedissem para almoçar um prato de bala com chiclete eu liberaria, sério!).
Dali voltamos para a primeira unidade (o médico ficou preocupado quando eu disse que estava a pé e até ofereceu uma carona!) para fazer a imobilização.
Esperamos uma hora para sermos atendidos, mas as crianças estavam bem, brincando, e a moça vinha de tempo em tempo avisar onde o médico estava e se desculpar pela demora.
O médico veio, examinou a perninha (dessa vez a Anna deixou), falou sobre a não gravidade da fratura e que seria necessário imobilizar, mas que em duas semanas ela já estaria totalmente recuperada.
As enfermeiras fizeram a tala com a Anna sobre o meu colo. Achei de uma humanidade! :) Depois as crianças ganharam lollipops e voltamos pra casa.
Conclusão: a saúde pública neozelandesa é muito bacana, apesar de demorada. E, para a Anna que é menor de três anos, é gratuita. Se fosse para um adulto, teria de pagar. :)

2 comentários:

  1. Que ruim!
    Que bom!!!
    ;-)
    Continuem a nadar, continuem a nadar...
    beijão, Adriana

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  2. Que dó da Anna! Mas que bom que o atendimento foi satisfatório. O gesso é lindo, nunca tinha visto uma capa roxa!
    E pense pelo lado positivo: agora ela tem uma boa história pra contar. Eu nunca quebrei nada, então sempre fico excluída quando s pessoas começam a contar sobre seus acidentes. Isso não vai acontecer com a Anna :)

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