quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Reencontros

Fiz a limpa nos papeis guardados. Guardados há muuuuitos anos. Coisas que nem me lembrava. Cartas de pessoas que foram amigas. Cartas de parentes. Cartões de Natal, aniversário, bota-fora. E também estes poemas:

Deitada, sobre almofadas, leio poemas
São vozes de outro lugar
a pairar em minha mente
São vozes pacíficas e cheias de amor
São vozes que falam de um mundo melhor

Assim como o cantar dos pássaros
e as músicas feitas de arte e prazer,
essas vozes vêm me dizer o que preciso ouvir

Vêm e dizem que é preciso acreditar
sobretudo no amor
Amor? Amar? Não sei bem o que é
Apenas sei o que sinto
Acredito que deva perdoar
que somos todos capazes de entender
e, ainda, somos capazes de enxergar
(03/06/1999, 18 anos)

Enxergar as pessoas
O que elas são
E não o que elas dizem ser
Exergar além das montanhas
Além dos limites da vida
Além dos olhos e do coração

Tal qual uma águia ou uma andorinha, que seja!
Devemos sobrevoar sobre o mundo
E buscar algo muito além
que só pássaros, com sua habilidade,
conseguem perceber
(25/06/1999, 18 anos)

Na rua escura
Andava
Seguia
Olhava
Corria

Na rua escura
Lutava
Forçava
Sangrava
Corria

Na rua escura
Tudo isso acontecia

(esse eu não sei a data... )

E foi bacana perceber a efemeridade das relações, dos encontros, das produções. Claro que não espero que as amizades terminem, mas elas seguem um fluxo próprio, um fluxo necessário e sou muito grata.
Também revi/reli minhas agendas antes de jogá-las foras. Agendas guardadas desde 1996! Percebi as mudanças que aconteceram em mim, mas, mais importante que isso: abriu meus olhos para o que é uma adolescência. Os conflitos que eu tinha, o que era importante, o que eu sentia. Espero recordar de tudo isso quando o Igor for adolescente... :)
Até os encontros com coisas são necessários afinal.

2 comentários:

  1. Que lindo, Pê!

    Eu queria ter jogado meus diários quando fosse um pouco mais madura. Joguei pouco tempo depois de ter escrito, então ainda pairava aquela sensação de "que vergonha ter escrito isso".

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    1. Pois é, né, Lia? Nada como a maturidade... E olha que sei que tenho um looongo caminho a percorrer por ela! rs

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