terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O lado bom do mau momento

Uma das coisas que mais me incomoda no Facebook (tirando a falta de educação, que reina soberana), é o recorte "vida perfeita" que vejo ali. Pessoas de férias, famílias felizes, paisagens lindas. Vez ou outra tem uma realidade, alguém pedindo socorro, alguém se sentindo só, essas coisas... Porque, afinal, a vida é o lado bom e o lado ruim.
Então eu tive a mesma sensação com os últimos posts... Como se o Natal e o Ano Novo tivessem trazido uma áurea de amor, paz, união e fraternidade (sinos tocam)... Epa! (barulho de disco parando de tocar bruscamente) Não é bem assim!
Não quero que pensem que a minha vida é perfeita, um mar de rosas. Claro que se eu for somar os eventos, tirar os nove fora, vai sobrar mais coisa boa (até porque eu acho que faz bem para mim guardar o lado bom da vida). Só que também é necessário reconhecer os lados ruins, porque são eles, no fim, que vão me obrigar a mudar, a pensar, a localizar a minha potência ou me pôr de frente com a minha total incompetência...
Se até o palhaço chora...

Quando as crianças estão, digamos, mais "difíceis", no sentido de que não estão correspondendo ao que eu espero delas, eu tenho tentado fazer o que as pessoas que estudam/praticam a criação com apego chamam de conexão, ou seja, eu tento me reconectar com meus filhos, olhar pelos olhos deles, sentir empatia. Só que, invariavelmente, eu não consigo!
O máximo que eu tenho conseguido fazer é parar de culpá-los pela MINHA falta de paciência. E só. Até tentei fazer o que a Lucy sugeriu neste post quando o mau-humor ataca a família:

STUCK IN A PARENTING RUT? 40 UNCONVENTIONAL TIPS FOR FINDING YOUR MOJO

Que seria mais ou menos (com meu inglês tudibom - aceito dicas para traduzir melhor!) Encalhado na criação? 40 dicas incomuns para encontrar o seu encanto. E no texto ela diz que as dicas servem para se reconectar com as crianças (ou consigo mesmo). 
Particularmente eu gostei das propostas do item Loucura: dançar, pintar o rosto, se fantasiar (de gala), fazer barulho com panelas, rugir, cabaninha (ela diz epic den, que seria gruta épica, aproximadamente), fazer caretas. 
Mas tem o item O maravilhoso ao-ar-livre: deitar na grama para ver o céu, fazer um pique-nique, apostar corrida, o mestre mandou (imitar o líder), fazer um pique-nique com os ursinhos de pelúcia, andar descalço (na grama), visitar rio, mar ou lago. Depois vem Água: banho, banho colorido, pintura no banho (ela ensina como fazer), piscina, brincar com água. Comer: pizza, sorvete, biscoitos ou bolo de chocolate, um prato de chocolate (acho que é uma barra...). Fazer planos, Satisfazer suas necessidades (dos pais), Parar Suprimentos emergenciais (surpresas guardadas para momentos difíceis). Antes de continuar minhas reflexões, vale a pena dizer que ela não sugere uma "fuga" do mau momento, mas como se sentir inteiro e presente. Porque, afinal, reconhecer que estamos num mau momento é o primeiro passo para a mudança (ou não! Vai que você se sente melhor num mau momento, né? É tudo questão de gosto...).

Eu em um mau momento.
No nosso caso, não deu muito certo... Eles até aceitam a atividade, mas parece que o humor coletivo não muda. Segundos depois, as reclamações, os chororôs, a falta de paciência está de volta...  Sem contar que eu já tentei no pior momento: quando o choro está rolando e nada o faz parar. Ok! Não estou sabendo usar as dicas preciosas da Lucy! :/
Por conta disso, estou chegando à conclusão de que a conexão, que o Marcelo Michelson fala tão bem em seu blog, não me pertence ainda.  E que os momentos ruins fazem parte de vários momentos do meu dia. E tudo bem! :D Só achei melhor esclarecer... ;p

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