segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Saindo do ambiente padrão

Estávamos na praia este fim de semana. Os meninos, além de brincar pra caramba com a areia e o mar, aprenderam muitas coisas. Viram, por exemplo, como se comporta um mar em ressaca. Descobriram porque no litoral, nessa época do ano, sopra um vento frio do mar em direção à terra à noite (vovô que ensinou). Também conseguiram reconhecer o Cruzeiro do Sul. Não encontramos as Três Marias, do Cinturão de Órion, mas meu pai falou sobre como se faz uma luneta.
Viram o cachorro velhinho do meu pai e como a velhice chega para todos. Também aprenderam que taturana queima a pele (ainda bem que foi a minha pele a queimada e não a deles! rs).
O Igor aprendeu a acender carvão para churrasco e como pôr as carnes para assar.
No caminho de ida eu e o Jorge falávamos sobre Deus, sobre filosofia e sobre Espinosa. Ele vira e fala: "A conversa está bem interessante!".
Vimos e ouvimos meu pai falando sobre um projeto do qual ele participou sobre musicalização para crianças e jovens em situação de risco. Aprendizado pra vida toda...
Meu pai também conversou com o Igor sobre os métodos que ele, autodidata, usava para aprender os temas que tivesse interesse.
Eles foram na pista de skate e viram que, definitivamente, aprender exige capacete, joelheira e cotoveleira...
Depois desse tanto de coisa para ver/ouvir/sentir, só pude concluir que a cidade urbana não é assim tão atrativa para as crianças. Ela limita muito o espectro e age como uma onda gigante a nos empurrar para um mesmo caminho, o da correria, o do ter-de-fazer-algo-útil, o de fazer-o-que-todos-fazem, o de ir ao parque-shopping-cinema-teatro... Quando saio desse ambiente padronizado, a tendência é me relacionar comigo, me ouvir, me sentir... Acho que com os meus filhos funciona dessa mesma forma.

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