terça-feira, 28 de abril de 2015

"A mãe só briga!"

Pois é... Ouço isso to-dos os di-as! E é difícil para eu aceitar essa afirmação como verdade.
Já assumi aqui várias vezes que preciso melhorar (e muito) minha violência e autoritarismo e um dos meus hobbies há um bom tempo tem sido ler sobre educação positiva, criação com apego, comunicação não violenta etc. Tudo nessa linha de tentar melhorar esse meu lado do qual não gosto (mas aceito, porque me reconheço como falha e, por isso, perfeita como todo ser humano, cheio de problemas e esforços para mudar -- ou não, já dizia Caetano...).
Eu tô brava, hein?
Para isso também faço parte de uma lista de discussão entre mulheres, que se ajudam nessa difícil arte de cuidar de crianças de forma consciente. E dessa lista maior, criamos uma lista bem íntima, com poucas e fieis escudeiras, que se ajudam tanto, mas tanto, que vou confessar que quando estou na pior, penso em escrever primeiro para elas e, depois, para outras pessoas... :D
E uma das minhas amigas dessa lista me emprestou um livro chamado Irmãos sem rivalidade, de duas autoras. Pus em prática algumas de suas dicas, outras já estava praticando, e achei que me ajudou muito a lidar com o meu próprio lado violento.
Rapidamente, algumas das dicas seriam:
- Não etiquetar seu filho (ninguém é O emburrado, O briguento, O tranquilo, O esforçado, O inteligente. Se você etiqueta, ele ou ela fará um esforço tremendo para corresponder ao papel que lhe foi atribuído, seja positivo, seja negativo);
- Não dizer que gosta de todos igualmente, porque isso é mentira. Cada criança vem em uma fase da sua vida e representa uma coisa para você. Portanto: você ama cada um deles de maneira única e exclusiva;
- Evitar julgar as crianças em um momento de crise. Invariavelmente você vai ter um "errado" e um "certo", mas abstraia desse julgamento inicial, ouça as partes, valide seus sentimentos, e então incentive-os a encontrar a solução para o problema que causou o atrito.
O livro é muito gostoso de ler, pois as autoras narram encontros de pais que discutem a rivalidade entre seus filhos e, também, entre eles e seus irmãos.
Mas o que eu queria dizer era que evito (ou pelo menos tenho evitado mais visivelmente nos últimos tempos) agir de maneira violenta, "brigar", simplesmente, ou adotar um tipo de abordagem que pareça uma briga.
E ontem aconteceu algo muito interessante. O Caio e a Anna estavam brigando porque o Caio queria brincar com a ovelha da Anna e a Anna aproveitou-se de um momento de distração e pegou a ovelha para si. Seguindo a linha do que eu falei ali em cima, eu ouvi os dois, validei os sentimentos de ambos, mas tive de lembrar ao Caio que a regra dos brinquedos (estipulada há tempos por nós) é:
"Todos podem brincar com todos os brinquedos, mas se o dono quiser brincar, ele tem prioridade."
Claro que o Caio ficou revoltadíssimo (compreensível...) e foi para o quarto brigando, dessa vez, comigo. Que eu sou uma mãe horrível, que só briga com ele. Imagino que ele, no fundo, devia estar pensando que fez algo "errado", porque desobedeceu a regra ou não queria aceitá-la e por isso se sentiu muito mal quando o lembrei dela.
Passado um tempo fui lá fechar as cortinas e ele estava deitado na cama. Entrei e ele deu um resmungo. Perguntei se ele estava melhor, se ele precisava de alguma coisa e ele voltou a dizer que eu só brigava, que todo dia eu brigava, que ele não podia fazer nada e eu brigava e que por isso ele não ia mais falar comigo. Em seguida:
"Mãe, me dá um abraço?"
Sorri, abracei-o e pensei: "Que raios! Por que eles ficam dizendo que eu brigo se, no fundo, não é bem isso que eles pensam?"
Daí que estou encafifada até agora...
Mas para não ficarmos apenas no blablablá, abaixo seguem umas fotos do Igor e mais um de seus experimentos (dessa vez ele fez um amplificador com o pote de batata -- que eu não considero muito batata... hahaha) e da Anna (ainda na febre por pintura facial). Você acredita que o livro que ela pegou na biblioteca da última vez era justamente sobre isso?? :p
Tudo preparado para iniciar os trabalhos!
Anna se empolgou e queria... fazer pintura de rosto no teletubby de pano! 
Tive de convencê-la a fazer na boneca de plástico... hehehe
Hoje foi o dia da butterfly!
Amplificador pintado! Ih! Não tem foto dele pronto... Vou pedir pro Igor providenciar... :D

6 comentários:

  1. Esses dias eu tive que ouvir a Nicole dizendo que eu era chata porque eu não deixava ela largar o tênis na porta de casa, e o papai deixava. E, num dia em que eu estava brava e o Chri a pegou para abraçar, ela apontou para ele e disse: "Tá vendo por que eu gosto tanto dele? Ele é tão bonzinho!"
    Me interessei pelo livro e vou procurar por aqui. Preciso urgente!

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    1. Achei na (Santa) Amazon. 15 euros em inglês e - pasme - 107 euros em português. Vou treinar o English mesmo, hahaha. Baixei o áudio pelo Audible.

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    2. Nossa, que disparidade!!!! :O Boa leitura!

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    3. Estou terminando, já. Estou adorando e fazendo anotações para o futuro, haha. Que tal você fazer um post com as suas leituras favoritas? Ou as que mais te incentivam na criação das suas crias?

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  2. nossa, super me identifiquei com vc: sou bem autoritária aqui em casa também! sofro demais com isso...vou procurar saber mais sobre esses livros que vc citou, pois pode ser um caminho para mudar! estou adorando seu blog!

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    1. Acho que reconhecer e se incomodar já é um caminho de mudança! :) Fico feliz por você!

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