segunda-feira, 29 de julho de 2013

Encontro "(Des)escolarizando o mundo": alguns pitacos

Sábado fui ao encontro (Des)escolarizando o mundo, que aconteceu na Casa Jaya, em Pinheiros. Foi o ó do borogodó! rs...
Primeiro, você precisa ver o vídeo a que nós assistimos lá:
Depois, os convidados (Ana Thomaz, André Camargo, Luiz de Campos Jr. e Fernanda Heinz Figueiredo) falaram um pouco de si, das próprias experiências e o que pensavam sobre o filme. Houve duas perguntas (uma minha) e, então, um café delicioso (tinha de falar!!! rs). Por fim, houve um debate muito interessante, mas precisei sair antes do fim, pois tinha compromisso às 18h (e já era 18h20...).
Do filme, ficou para mim uma emergência em encontrarmos um equilíbrio. Eu edito livros de Geografia, atualmente (além dos de Filosofia e Sociologia), e, portanto, não é novidade essa questão da sociedade homogêna, dos desejos que não nos pertencem, do assassinato cultural de muitos povos etc. etc. etc. Mas, claro, é triste. E fico tremendamente chateada por eu ser assim também: ter esses desejos bobos, não ter uma "cultura ancestral" para resgatar, ser parte da sociedade ocidental sem tirar nem pôr. Entretanto, ele tem um quê de esperançoso, de que é difícil, mas não impossível resgatar esses saberes, essa importância de outros modos de aprender (você viu o pequerrucho já ajudando na plantação? ouh...).
O André falou algo assim: também não podemos achar que os ianques (não sei como se escreve em inglês...) são os inimigos e que o povo do recôndito do mundo é o mocinho. Em tudo na vida há lado bom e lado ruim. Se pudéssemos mesclar as coisas, reconhecendo os lados bons e ruins de ambas, talvez pudéssemos encontrar um equilíbrio.
Agora, é fato que esse padrão de escola já deu! Uma escola-exército exercita tudo, menos a pessoa, a individualidade, a criatividade... Se bem que exercita só naquelas aulas (esquisitas, não?) de educação física. No resto, o corpo é contido. O tempo todo contido. Assim como na nossa sociedade.
E isso a Ana Thomaz falou brilhantemente: somos puro desequilíbrio entre pensamento, ação e sentimento (não foram exatamente essas palavras que ela usou, mas eu entendi assim...). Quando encontramos o equilíbrio, tudo parece fazer sentido e uma "mágica" (aí sim ela usou essa palavra) acontece.
Como eu não quero esperar algo para fazer, vou começar desde já a valorizar todo o saber. O saber não é restrito à escola (pelo contrário: quanta coisa que você sabe que aprendeu na escola?), mas às pessoas. Só precisamos nos reconectar a isso (e aí a Fernanda falou algo muito bacana para mim: há que silenciar para encontrar a si mesma).
Pois bem: hoje o Igor voltaria às aulas. Eu e o Jorge tínhamos comentado sobre definir sete "matérias" para ele entrar em contato, colocar os nomes dessas matérias num saquinho e sortear, dia após dia, uma delas para poder proporcionar esse encontro. Já não sei se isso faz sentido. Podemos experimentar por essa semana e a próxima, pois o Igor se mostrou interessado em ter esse norte, mas depois não sei...
Abre parênteses: na verdade a ideia era justamente tentar deixá-lo mais confortável com a transição, já que ele é um menino que gosta de regras e direcionamento (afinal, tá acostumado com isso porque desde sempre teve de lidar com isso...), até descobrir que gosta da liberdade também. Fecha parênteses.

Um comentário:

  1. Pê, em primeiro lugar, obrigada por compartilhar esse documentário. O Christian ficou chocado com a cena em que o professor ensina às aulas a importância do espelho, mas aí eu me lembrei que, na faculdade de secretariado, tivemos uma aula sobre a importância da aparência pessoal. Incluía até um capítulo sobre depilação. Lembro que as meninas da minha turma se revoltaram, mas não porque achavam essa lavagem cerebral totalmente insultante, e sim porque é CLARO que elas já sabiam de tudo aquilo.
    Para mim foi novidade a questão de querermos ajudar outras culturas, mas com isso fazermos com que elas percam suas essências. Nunca tinha pensado por esse lado e faz todo o sentido.
    De abrir os olhos para a nossa arrogância.

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