segunda-feira, 21 de julho de 2014

Auckland, despedida da vó Bel e baixo-astral (tudo junto e misturado)

Continuávamos esperando a resposta da imigração, mas enquanto isso a minha mãe estava aqui!! Então decidimos alugar um carro para apresentar um pouco do que conhecemos de Auckland para ela.
Uma noite fomos dar tchau para aquelas muchachas que tinham se hospedado lá em casa. Elas continuariam a viagem pelo mundo dois dias depois, seguindo para a Austrália.
Natália e seu jeitinho de menina...
A ideia era só dar um "tchau", mas elas nos convidaram para ficar um pouco na casa do novo host delas, um senhor de uns 70 e poucos anos (eu acho...). Ele era muito gentil e meus meninos se sentiram super à vontade na casa dele! Não sei dizer se isso é bom ou ruim. Acho que é bom E ruim... hahahaha
Foi muito gostoso poder vê-las novamente, conhecer outras pessoas e apresentar gente bacana pra minha mãe, além da cidade à noite, que eu acho bem bonitinha... :)
Só que estava um frio terrível... Uma ventania! Ficamos até sem água quente por uns três dias...
Coitada da minha mãe, né, que estava de férias e passou apuros... Mas acho que ela também aproveitou:
Escadaria no centro da cidade.
Izabel-turista; Jorge-paparazzi.
Família-turista no centro de Auckland.
 E os meninos, quando estavam em casa, só queriam saber de brincar de lego. Depois do Lego Movie, eles ficaram vidrados. O Lego em si eu curto, mas é dose ter de conviver com esse marketing pr'as crianças. :/
Num momento master builders.
E estava um tal de guardar o que eles montavam, que estava mais dando dor de cabeça do que ajudando eles a se divertir. Eu não gosto de me intrometer na brincadeira deles, mas eu não estava num bom momento e o Jorge tem um pavio mais curto que o meu. Conclusão: colocamos novas regras na brincadeira e a paz voltou a reinar... (por uns dias, claro)
Enquanto isso intercalávamos com idas à cidade...
Agora é a vez do Jorge e da Anna posarem perto da Sky Tower...
A gente tira um monte de foto da torre, mas não deixamos minha mãe pagar para subir e ver a cidade lá de cima (hehehe). Em vez disso levamos ela pra cima dum monte, de onde dá pra ver a cidade toda for freeeeeeeeee... :) Só que a ventania não tinha parado e foi um sufoco lá em cima.
Igor: "Olha, eu não caio porque o vento me sustenta!" Caio: "Ai, minha touca!"
 E então chegou o dia da minha mamy partir...
Todos (ops! A Anna estava dormindo) brindando.
Claaaaaro que tem a clássica foto com o anão-gigante.
Deu um apertinho no coração... Bem egoísticamente falando queria que ela ficasse um tempo com a gente... 
A Anna continuou perguntando: "Dê Bel?" por uns dias... E acho que na segunda seguinte depois de minha mãe ter ido recebemos a resposta da imigração: os vistos do Caio, da Anna e meu foram aceitos! Uff...
Eu fiquei mais tranquila, é verdade, mas como o processo do Igor ainda estava rolando e, claro, não teria sentido algum ficarmos sem ele, eu não estava totalmente sossegada. 
Fora isso, eu fiquei com o ego ferido depois de ter de provar três vezes que eu e o Jorge temos uma relação estável. Então eu realmente não estava empolgadona e feliz com o desafio de encontrar uma casa para nós pelos próximos 12 meses.
Mas o tempo urgia e tínhamos de encontrar uma casa não muito cara, mobiliada e disponível. 
Na segunda à noite peguei a pesquisa que o Jorge tinha feito, filtrei e pus mais umas na lista.
Terça acordei e fui ligar. A primeira opção tinha feito meus olhinhos brilhar e meu bolso respirar tranquilo. Liguei.
O senhor do outro lado disse que não poderia alugar para nós porque iríamos ter problemas de comunicação.
A minha autoestima, que já está no subsolo com relação ao inglês, pegou um elevador direto para as profundezas de Hades. Senti a garganta fechar e meus olhos encheram-se de lágrimas.
Sabe aquela sujeirinha que se agarra na margem do rio para não ser levada pela correnteza? Eu estava embaixo dela. Com toda a delicadeza do mundo o senhor do outro lado da linha fez eu me sentir tão incompetente... Como assim, estou aqui há 9 meses e não aprendi a me comunicar? Como assim não sou capaz de conversar sobre questões referentes a aluguel?
Pode ser que o senhor seja preconceituoso com brasileiros, pode ser que ele não goste de imigrantes, pode ser que ele não quisesse crianças na casa e achou melhor usar a língua como desculpa... Os motivos dele podem ser inúmeros, mas eu tenho de olhar pra mim, para esses sentimentos que tenho de completa incompetência. E não é só em relação à língua, mas lembra quando eu tive um ataque de "que péssima mãe eu sou"?
Estou com esse mesmo sentimento de novo, só que agora parece que é com tudo. Sinto-me incompetente para conversar com o Igor, com o Jorge e com o Caio sem criar atrito, sinto-me incompetente para ensinar a Anna a comer mais e mamar menos e também a usar a privada mais vezes, sinto-me incompetente para mostrar aos meus filhos como é bom se alimentar bem, comendo verduras e frutas e estou me sentindo incompetente até com minha saúde, que não melhora.
Estou naquele clássico momento "para tudo que eu quero descer".
Consigo reconhecer algumas ótimas reflexões no meio desse meu baixo-astral todo, claro, mas gostaria de sair dele logo...
Anna botando uma língua pro meu baixo-astral...

Um comentário:

  1. Ai, Pê, dá um abraco aqui porque sei muito bem como é se sentir uma inútil por causa do idioma. Estando sempre acostumada a tomar as rédeas das situacoes, de assumir os compromissos, de me virar sozinha, acho terrível nao conseguir falar com as pessoas, de querer me expressar e nao conseguir, de ter que pedir para o Christian fazer as coisas pra mim. Como é difícil, né? De verdade nao sei como tem imigrantes que conseguem viver a vida inteira sem falar o idioma local.
    Espero que seu arco-íris chegue logo aí.

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